segunda-feira, 13 de maio de 2019

O MUNDO ESTÁ PRECISANDO DE SOLIDARIEDADE – Autor: Vicente


Um mundo mais solidário
Queremos a todo custo
E um sistema mais justo
Pra burguês e proletário
A extinção do calvário
Chamado desigualdade,
O fim da improbidade
De quem está no comando
- O mundo está precisando
De solidariedade.

Em toda religião
Se prega paz e indulto
O pastor diz no seu culto
Que é puro de coração
O padre no seu sermão
Dá exemplo de humildade
Mas ninguém faz a metade
Daquilo que está pregando
- O mundo está precisando
De solidariedade.

Se um mendigo sem dinheiro
Pedir comida num bar
Escuta o dono falar:
Vá embora forasteiro
Por favor, saia ligeiro
Da minha propriedade,
Seu saco de sujidade
Dê um fora, vá andando.
- O mundo está precisando
De solidariedade.

Encontra-se em todo canto
Traição e covardia,
Pouco caso e zombaria
Até com quem verte pranto,
O ódio espalhou seu manto
Por cima da humanidade
E na lavoura da bondade
Só maldade está brotando
- O mundo está precisando
De solidariedade.

Não sei o que deu no povo
Pra fugir do evangelho,
Novo não respeita velho,
Velho não respeita novo
A lei quebrou o ‘estrovo’
Do corcel da impunidade
Por isso o rigor da grade
Não tá mais intimidando
- O mundo está precisando
De solidariedade.

Quem do ouro é um amigo
Só quer o que tem quilate
Dar dez milhões num Iate
E não dá um pão a um mendigo
Quem do todo é inimigo
Se prende na unidade
Destrói a alteridade
E vai se auto isolando
- O mundo está precisando
De solidariedade.

O PREGUIÇOSO – Autor: Vicente Reinaldo




O preguiçoso não quer
Ver trabalho ao seu redor,
Só quer sombra e água fresca
Pra não derramar suor
E quase sempre arruma um vício,
Pra coisa ficar pior.

O preguiçoso é pior
Que um velho fraco e demente
Reclama do desemprego
E de empresário exigente
Mas quando arruma trabalho
Inventa que está doente.

O preguiçoso é um ente
Que foge do compromisso
Às vezes vai trabalhar,
Mas o ânimo é tão petiço,
Que ele inventa uma doença
Para fugir do serviço.

Sente pavor de serviço
E procurar “trampo” não vai.
Mesmo assim quer ter mulher
E do meretrício não sai
E se casar pega a mulher
E joga nas costas do pai.

O preguiçoso não vai
Pedir emprego a ninguém,
Emprego lhe causa nojo,
Trabalho não lhe faz bem.
Vive como parasita,
Sugando o sangue de alguém.

Todo preguiçoso tem
Ao trabalho aversão,
É muito amigo do vício,
Do luxo e da curtição,
Mas para não trabalhar
Inventa qualquer razão.

Se for sem exploração
O trabalho é excelente,
Não se torna estafante,
Não deixa ninguém doente
E além do mais é saudável
Para o corpo e para a mente.

GUARDEI DE RECORDAÇÃO... Autor: Vicente Reinaldo


Meu pai não deixou tesouro
Porque riqueza não tinha,
Mas deixou uma quartinha
E um velho chapéu de couro,
Deixou um cordão de ouro
Que herdou do meu avô,
Esse eu não vendo e nem dou
Nem qu’eu passe precisão.
- Guardei de recordação,
Tudo o que meu pai  deixou.

Pai deixou uma capanga
Dele guardar documento,
Os arreios dum jumento
E uma encardida “fianga”
Um gibão sem uma manga
Que, a outra o mato rasgou,
Tudo isso mãe juntou
E eu escondi num surrão.
- Guardei de recordação,
Tudo o que meu pai deixou.

Eu resolvi procurar
O que pai tinha deixado
Achei um pente quebrado
Do velho se pentear.
Também resolvi guardar
O que achei num birô:
Um livro de Mirabeau
E dois folhetos de Cancão,
- Guardei de recordação,
Tudo o que meu pai deixou.

Guardei até uma enxada
Que tinha o cabo quebrado,
Um facão mal amolado
E uma binga enferrujada,
Uma faca embainhada
Que o velho tanto zelou
Se o tempo não os acabou
Estão lá no meu galpão,
- Guardei de recordação,
Tudo o que meu pai deixou.

Encontrei entre as adagas
Uma arma de três postas
E o caderninho das contas,
Mas todas estavam pagas
E pra não esquecer as sagas
Do homem que me gerou,
Tudo o qu’ele me legou
Mantenho em conservação,
- Guardei de recordação,
Tudo o que meu pai deixou.

VOZ INSISTENTE - Autor: Vicente Reinaldo



Quando vim da minha terra
Deixei o meu pé de serra,
Meus parentes, meu lugar.
E hoje a perambular
Por este mundão afora
Eu escondo a toda hora
Meu desejo de voltar.

Saí da minha ribeira
Sem dinheiro na carteira
Pois não tinha pra trazer
E para melhor dizer,
Só trouxe em minha bagagem
A viola, a coragem,
E a vontade de vencer.

Longe do chão dos meus pais
Minha saudade é demais.
E é isso que acho ruim
Minha saudade é sem fim,
Sem trégua e sem compaixão
Por que saí do sertão
E ele não saiu de mim.

Hoje, até quando me deito,
Fico rolando no leito
Me sentido um rei sem trono
E exaurido pelo sono
Suponho ver na parede
Minha pequenina rede
Desprezado por seu dono.

Se, durmo, durmo sonhando
Com papai me aconselhando
E mamãe me estendendo a mão
E dizendo com emoção:
Filho, sua mãe é forte
Mas a saudade é um corte
Nas carnes do coração.

Por aqui estou vivendo
Mas nem eu estou sabendo
Quanto tempo, irei ficar.
Estar ruim de suportar
Esta saudade inclemente
E essa voz insistente
Pedindo-me pra voltar.

AMOR MAIOR DO MUNDO - Autor: Vicente Reinaldo



Ainda jovem abandonei o meu lar
Para vagar
Pelos rincões do País
Em função disto a minha vida mudou
Por que meu Eu encontrou
Um Eu que lhe faz feliz.

Eu me refiro a uma linda mulher
Que quis e quer
Viver sempre ao meu lado
E o nosso amor já fez a gente entender
Que não dá mais pra viver
Um do outro separado.

Hoje vivemos uma vida bem vivida
Na nossa vida
Não tem choro nem queixume
O nosso amor baseado em harmonia
Desconhece covardia
Raiva, desgosto e ciúme.

O nosso amor é uma linda novela
De trama bela
E encantamento profundo
Nunca termina
Tem sempre mais um capítulo
Por isso merece o título
De maior amor do mundo.

Canção: O sentenciado - Lucas Evangelista

Casei com uma jovem aos meus vinte anos E todos meus planos do futuro eu fiz  O destino quis nasceu um filho Do amor e carinho me tornei fe...